O Viajante

Ele viaja quilômetros de distância
carregando consigo uma arma
tão poderosa e tão monstruosa,
que seu poder de fogo
é alimentado por lembranças,
tais quais forão sujas
com traições e ilusões,
mas nem por isso
o ódio e a vingança o domina.









Então pouco tempo ele soube
que a raiva é mais útil
que seu desespero inicial,
ele aprendeu que amor
não está em uma única pessoa,
e que novas amizades
são conquistadas e transformadas
com testes sobre sua personalidade
em um questionário imaginário
que torna-o aprendiz de seu próprio "EU".



Nessa longa estrada de aprendizagem e buscas,
é no meio do caminho
que se encontra as respostas
mais importantes e maduras,
ele descobre a imensidão de seu coração
que há espaço de sobra,
que seu amor é sua própria cura.



Sabe qual é o caminho mais rápido
e o mais preciso para se tornar
uma pessoa perfeita e unica?
Não existe esse caminho,
nem mesmo a pessoa perfeita,
existe sim um ser único
no seu modo de agir,
falar e sorrir,
cada um de nós somos únicos,
no modo de amar
e encarar nossos medos,
que também são um só.



Ele, o viajante, descobriu seu medo.
Para ele o que mais o asssombra
é que sua caminhada seja monotona,
um monólogo sem platéia,
onde sua história é perdida
escrita sem razão,
sem nenhum amor conquistado,
retratos de si rasgados
e queimados junto as folhas secas
de um inverno qualquer,
de um passado recordado.